As reinvindicações da população por uma melhor educação não são desarrazoadas. Como é de conhecimento público, o Brasil não desempenha bem nas avaliações educacionais. Podemos citar, para fins ilustrativos do cenário, o ranking internacional promovido pelo “The Higher Education” (THE), que elenca apenas duas universidades brasileiras dentre as 501 primeiras colocações, sendo que a primeira está na posição de 251°.
Esse cenário motivou o surgimento do Ranking de Universidades Empreendedoras (RUE), leia mais a respeito na nossa página Sobre Nós. Mas, afinal, qual a finalidade de um ranking universitário? Seria apenas uma ferramenta a ser utilizada pelos vestibulandos na escolha de uma Instituição de Ensino Superior (IES)?
O primeiro episódio do Podcast Universidades Empreendedoras, abordou o tema “O Papel dos Rankings Universitários” e contou a presença de duas grandes referências no tema:
- Prof. Dr. Adolfo-Ignácio Calderón, Doutor em ciências sociais pela PUC/SP, Phd. em Ciências da Educação na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação na Universidade de Coimbra, Coordenador acadêmico e membro fundador da Rede RANKINTACS, Pesquisador em produtividade científica do CNPq.
- Fábio Volpe, Head de Conteúdo da Quero Educação, que, em conjunto com o Estadão, publicou o Guia da Faculdade 2020, Ex-Diretor da Redação do Guia do Estudante da Editora Abril durante 10 anos, jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP).
Quando questionados acerca do que seria um ranking universitário, Fábio Volpe trouxe a perspectiva de que sim, os rankings auxiliam os estudantes na escolha da Instituição de Ensino Superior (IES), mas também funcionam como um indicador de qualidade a ser utilizado pelos dirigentes dessas IES. Nesse mesmo sentido, Adolfo Calderón reforça que os rankings são uma poderosa ferramenta de avaliação em larga escala, que permite a comparação entre universidades, cursos.
Contudo, na visão de Adolfo, os rankings universitários são subutilizados no Brasil, um outro aspecto dos rankings é servir de ferramenta de gestão para as universidades e, cita, a título exemplificativo, a forma que algumas IES como a PUC-Rio e a UFES vêm inserindo o desempenho em rankings nacionais e internacionais em seus planos de desenvolvimento institucional (PDI). Em sua fala, Adolfo ressalta: “A finalidade dos rankings não é meramente dizer quem é melhor ou pior e promover a concorrência entre as IES, embora essa seja boa e saudável, mas sim melhorar as IES, independentemente do seu tamanho”.
Outrossim, diversas IES como a UNESP, USP, Puc-Rio, Puc-Campinas, UFRGS, vêm criando comissões, escritórios, grupos destinados a monitorar o desempenho em avaliações de rankings, a fim de buscar a excelência através da promoção da melhoria contínua com base nos indicadores. Dessa forma, se o índice de um ranking aponta de forma negativa, a IES pode utilizar desse diagnóstico para investir estrategicamente no desenvolvimento desse determinado setor.
Quando questionado quanto a reação das IES após a divulgação dos resultados do ranking, Fábio Volpe diz que essas, de forma geral, costumam ser positivas ou negativas de acordo com o resultado, mas ambas são igualmente importantes. Da perspectiva do ranking, as reações negativas auxiliam para que a cada ano busquem aprimorar cada vez mais a metodologia, porém, da perspectiva da IES, a reação negativa de forma isolada impede que os dirigentes olhem com atenção para os indicadores, para a metodologia e, consequentemente, não busquem melhorá-los, não retirem planos de ação daquele resultado e, em decorrência, deixem de evoluir.
Gostaria de conferir o bate-papo na íntegra? Clique no player abaixo! O Podcast Universidades Empreendedoras também já está disponível nas principais plataformas de streaming.
Artigo escrito por Alvaro Garcia