A UNIFRAN promove a interação com o setor empresarial através do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) – antigo CREPI, que facilita a aproximação entre academia e setor produtivo por meio de promoção de eventos, incentivo a pesquisas com viés tecnológico, patentes, assessoria científica e processos de transferência de tecnologia. Como resultado, várias empresas têm investido recursos e utilizado a Universidade como um braço de P&D, o que culminou no lançamento de produtos inovadores no mercado.
INTRODUÇÃO
O sucesso do evento “Café com empresários” como um evento de aproximação com o setor produtivo, que foi reportado no edital de boas práticas de Universidades empreendedoras de 2019, ensejou a criação do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), com o objetivo de estimular de forma contínua e ampliada a cultura empreendedora na UNIFRAN. Criado pela Reitoria, o NIT está embasado nas diretrizes expostas na LEI Nº 10.973, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004, a qual dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Neste contexto, é função do NIT: promover atividades científicas e tecnológicas para o desenvolvimento econômico e social; estimular ações de inovação na Instituição de Ensino; promover a cooperação e interação entre os agentes e setores públicos, privados e produtivos; atuar como instância consultiva dos Programas de Pós-graduação e Graduação com relação ao setor empresarial; reduzir as desigualdades regionais; incentivar a competitividade empresarial nos mercados nacional e internacional; prospectar empresas potenciais para parceria científica, estágios e ações de extensão, buscar junto às empresas possibilidades de bolsas de estudo nas modalidades: Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado; promover ambientes favoráveis à inovação e às atividades de transferência de tecnologia; fomentar ações que levam ao desenvolvimento, licenciamento e transferência de Propriedade Intelectual; oferecer suporte, quando necessário e em atendimento às demandas das Pró-Reitorias e/ou Reitoria, aos eventos ligados ao empreendedorismo que tenham participação direta da Instituição de Ensino (UNIFRAN); trabalhar nos processos de formação e capacitação de recursos humanos qualificados científica e tecnologicamente; apoiar e incentivar o arranjo produtivo local, regional, nacional e internacional; incentivar o uso do capital intelectual em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
DESENVOLVIMENTO
A partir de demandas científicas/tecnológicas de empresas parceiras da UNIFRAN/setores sociais da cidade de Franca e prospectadas pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), pesquisadores com expertise na área elaboram projetos com o intuito de oferecer soluções viáveis para estas demandas. O teor destes projetos abrange desde a resolução de demandas pontuais relacionadas a detalhes de produtos e processos industriais até a elaboração e desenvolvimento de projetos de grande amplitude, cuja execução compreende períodos de média a longa duração que ensejam a elaboração de dissertações e teses. Durante a fase de elaboração e execução destes projetos, os alunos da universidade contam com a parceria dos coordenadores e alunos dos diversos cursos de pós-graduação. Sob a perspectiva da inovação, estas iniciativas podem ser classificadas como incrementais ou radicais (dependendo da natureza do processo), podendo ainda ter abrangência local, regional, nacional ou ainda internacional. É importante ressaltar que os recursos demandados por estas iniciativas são aportados total ou parcialmente pelas próprias empresas, incluindo recursos financeiros, bolsas de estudo e compartilhamento de infraestrutura. Frequentemente, o próprio colaborador da empresa, que ingressa em um programa de pós-graduação da instituição, passa a ser o responsável direto pelo desenvolvimento do projeto tecnológico, o que acaba por atender à demanda e ainda permitir sua maior qualificação. Como cases de sucesso deste conjunto de estratégias, podem ser citados a o desenvolvimento dos produtos dermocosméticos da linha Kopaýderm (kopaýderm anti-acne, kopaýderm áreas superressecadas e kopaýderm creme para as mãos), que foi desenvolvida conjuntamente com a EKOBÉ do Brasil e que explora o potencial biológico de um recurso vegetal da biodiversidade brasileira – o óleo de copaíba e que se encontra disponível no mercado. Outra gama de produtos com aplicação no campo da pecuária de leite e de uso como higienizante dos tetos das vacas antes e após a ordenha (PreAction e Lactan, respectivamente) também foram desenvolvidos em conjunto com a Weizur do Brasil e estão em fase de cadastro junto ao MAPA. Além dos produtos, patentes também são geradas e depositadas conjuntamente com as empresas: BR1020190282924 – Ekobé do Brasil (Depositante) – “Obtenção de formulação cosmética contendo oleorresina de copaifera spp. e extratos glicólicos de camomila e calêndula para a prevenção e o tratamento da acne e outras afecções cutâneas”; BR1020190282886 – Ekobé do Brasil (Depositante) – “Formulação cosmética contendo oleorresina de Copaifera spp. e seu uso para o tratamento de áreas super-ressecadas da pele”; BR1020200264419 – Centagro Centro Tecnológico Agropecuário LTDA (Depositante) – “Formulação tópica antisséptica e cicatrizante e seu uso em animais”; BR1020200047248 – Weizur do Brasil LTDA (Depositante) – “Formulações tópicas de uso na assepsia de campo cirúrgico de animais domésticos à base de hidrocloreto de poli-hexametileno associadas ou não à clorexidina”. Além deste papel de catalisador da viabilidade dos projetos demandados pelo setor produtivo, o NIT tem se mostrado muito atuante no sentido de criar ambientes e eventos de discussão da cultura empreendedora intra e extramuros, tais como: 1- Ações colaborativas com o SEBRAE: “SEBRAE MÓVEL – atendimentos para a comunidade acadêmica da Universidade”, “Programa Startup SP”; 2- Mega evento online sobre e-commerce – como usar a internet para potencializar o seu negócio no pós-covid; 3- Palestras: “Os impactos da COVID-19 nas empresas e no mercado de trabalho”, “Como montar sua loja virtual em 48 horas durante a quarentena do COVID-19, “Enfrentamento e reinvenção das empresas do ramo de alimentação em tempos de COVID-19”, “Como 20 mil jovens aprendem na Universidade”, “Comportamento empreendedor como diferencial na crise”, “Empreendedorismo como opção de carreira”, “Abertura de empresas juniores”.
CONCLUSÃO
Sabe-se que o Brasil é um país com uma forte demanda do setor produtivo o qual, por sua vez, precisa crescer em competitividade, sobretudo fazendo-se valer de ações inovadoras e empreendedoras na produção, marketing e/ou gestão de seus negócios. Com essa proposta, a Universidade apresenta possibilidades de inovação com exploração científica, atendimento às necessidades da sociedade, formação de recursos humanos qualificados e disseminação do conhecimento no tripé do ensino, pesquisa e extensão. De maneira geral, o escopo das ações do NIT contempla diversos setores da economia, tais como: veterinário, agrícola, química, calçadista, couro, saúde, cosméticos, educação, entre outros. E, conforme demonstrado, estas ações se perfazem principalmente na forma de produtos, patentes, transferência de tecnologia e eventos que estimulam a cultura empreendedora.
