COVID-19 Extensão

UFABC – A atividades extensionista como uma forma enfrentamento à Covid-19 e apoio a comunidade externa

24 Mai 2022

Desde março de 2020, tem-se de forma crescente o avanço da pandemia da Covid-19 em vários países. No Brasil, a pandemia trouxe marcas profundas não apenas na saúde mas também socioeconômica. Para mitigar esses efeitos, foram necessários novos procedimentos, tecnologias ou abordagens diferenciadas da questão. Com a criação do Comitê da UFABC contra o coronavírus, a universidade tem apoiado ações transversais de enfrentamento à Covid-19, com destaque à projetos voltados à comunidade externa.

INTRODUÇÃO

Na Universidade Federal do ABC (UFABC) extensão universitária é entendida como as atividades que promovem de maneira direta a interação transformadora e dialógica entre Universidade e sociedade, por meio de processos interdisciplinares, educativos, culturais, científicos e/ou políticos, sob o princípio constitucional da indissociabilidade entre a própria extensão, o ensino ea pesquisa. Essa atividade voltada à sociedade foi o cerne de muitas atividades de enfrentamento à pandemia desenvolvidas pelos docentes, alunos e técnicos administrativos/de laboratório da UFABC. Nesse contexto, foi de fundamental importância na UFABC a criação do Comitê da UFABC contra o coronavírus (Covid-19), que chamaremos aqui de Comitê Covid, por questões de espaço, que tem apoiado uma série de ações transversais de enfrentamento e combate emergencial à Covid-19. O Comitê Covid apoiou projetos por meio de três editais de financiando à ações de enfrentamento contra a Covid-19, com o acolhimento de mais de 60 projetos, que passaram por ações de levantamento epidemiológico, de apoio e serviços comunitários a populações vulneráveis, mapeamento e monitoramento da pandemia, bem como projetos de pesquisa e desenvolvimento. Para o financiamento e viabilização das atividades, a universidade buscou uma interação próxima junto aos órgãos públicos das esferas federal e estadual, bem como aos parlamentares da bancada federal paulista e da região, visando o aporte de recursos para tais ações. A própria Universidade destinou recursos de seu orçamento para fomentar parte destas iniciativas (1). Ao final, um grande número de atividades de pesquisa, inovação e extensão foram produzidas, com grande impacto em nossa comunidade regional. Os projetos apoiados pelo Comitê Covid são transversais e contemplaram sempre mais de uma componente ligado à extensão, pesquisa e inovação. Apresentaremos agora dados de ações onde se focaram as ações que se dedicaram à comunidade externa na região do ABC paulista.

DESENVOLVIMENTO

A Covid-19 se mostrou uma doença contagiosa e de fácil disseminação, trazendo grande mobilização para a atender às demandas do sistema de saúde. Um dos projetos apoiados pelo Comitê Covid foi o mapeamento de demandas e produção de equipamentos de proteção individual (EPIs). Essa ação fez o levantamento de demandas de hospitais, ambulatórios, dentre outros, com relação a EPIs na região. Foram contatadas empresas doadoras de matérias-primas para a produção de EPIs e identificadas outras ações semelhantes. Recebemos doações de insumos e serviços por algumas empresas. O levantamento mostrou que a maior demanda era itens de proteção facial. Assim, foram reunidas várias impressoras 3D da UFABC para a produção desses itens, produzindo 1.000 tiaras, 1.500 adaptadores, além de mais de 7 mil escudos faciais. Desta forma, contribuímos com a segurança dos profissionais que atuam no atendimento à população durante o momento mais agudo da Covid-19 (2). Outro trabalho objetivou o método alternativo de mapeamento epidemiológico para prever a circulação do vírus da Covid-19. Pessoas infectadas eliminam o vírus nas fezes e na urina, portanto, o vírus pode ser encontrado no esgoto. Foi desenvolvido um método para concentração das amostras de esgoto e recuperação do RNA viral para posterior detecção laboratorial. Uma vez caracterizada a dinâmica de transmissão viral, haveria subsídios para decisões da vigilância epidemiológica. Os pontos de verificação foram escolhidos em regiões de população com maior vulnerabilidade, de classe econômica média/alta, de maior concentração de hospitais e com precariedade habitacional. Os resultados mostraram o novo coronavírus em todas as regiões estudadas, sendo sua incidência monitorada. Os dados levaram a medidas de prevenção e controle da Covid-19 pelo poder público local (3). Contudo, uma grande quantidade de pessoas portadoras de Covid-19 não apresenta sintomas. Pode-se identificar esses casos por plataformas digitais de rastreamento. Além de identificar casos suspeitos, ferramentas digitais possibilitam a coleta de informações demográficas e de saúde, dentre outras, em tempo real. Assim, surgiu o COVIData como ferramenta de notificação e acompanhamento da Covid-19. O COVIData identifica cidadãos potencialmente infectados por uma autoavaliação dos sintomas e das condições de saúde pré-existentes. Foi possível criar um banco de dados com as informações para entender como a doença se manifesta em cada município do ABC. Isto levou à diminuição do tempo entre a identificação dos casos suspeitos e a ação dos profissionais de saúde. As pessoas cadastradas também foram convidadas a realizarem exame laboratoriais, permitindo confirmar os sintomas. Assim, o COVIData tornou-se uma poderosa ferramenta de gestão em saúde na região do ABC (4). Outra abordagem desenhou um modelo de dispersão do novo coronavírus como ferramenta de informação. O projeto Ação Covid-192 constitui-se de pesquisadores da UFABC e de outras universidades (USP, UFPR, UFRJ, Bristol University, Escola do Exército da Colômbia). O software desenvolvido foi chamado de Modelo de Dispersão do Coronavírus (MD Corona) que simula diversas curvas de contaminação para localidades. Os resultados são sensíveis às diferentes densidades demográficas, distintos índices de isolamento social e probabilidades diversas de infecção. O acesso a esse tipo de informação pode fundamentar respostas do poder público (5). Outro grupo discutiu inclusão escolar em tempos de pandemia. O objetivo foi identificar os desafios e estratégias usadas por professores da educação básica junto a alunos da educação especial. Os resultados revelaram que 92% dos professores estão realizando atividades de ensino remoto desde o início da pandemia, recorrendo a mais de uma estratégia, como o uso de material impresso, internet e contato via telefone ou celular. O compartilhamento das práticas dos professores e familiares neste momento de enfrentamento é de grande importância (6).

CONCLUSÃO

Atividades de pesquisa têm sido promovidas pela comunidade universitária da UFABC em todas as áreas de conhecimento. Algumas das ações, mas não todas, são apresentadas na revista Pesquisa ABC, anexa. Isso mostra o papel fundamental da ciência na compreensão dos fenômenos e na proposição de soluções aos mais diversos problemas. Embora entendamos que a expertise em nossa universidade nem sempre possa ser replicada, a dinâmica do Comitê Covid para apoio a projetos de enfrentamento sem dúvida pode. As iniciativas em prol da sociedade mostram o papel essencial da educação, da ciência, da tecnologia e da inovação para a sociedade.

Referências:
1. Carvalho, W.A. et al. Pesquisa ABC, n. 27, p. 5-6, 2021.
2. Berbert, J.M. et al. Pesquisa ABC, n. 27, p. 16-24, 2021.
3. Cabra, A.D. et al. Pesquisa ABC, n. 27, p. 30-34, 2021.
4. Almeida, F.A. & Sperança, M.A. Pesquisa ABC, n. 27, p. 35-38, 2021.
5. Pinto, J.P.G. et al. Pesquisa ABC, n. 27, p. 43-46, 2021.

COMPARTILHE

UVV – SIBE-UVV
O Projeto SIBE é uma parceria do The Steinbeis School of International Bus...

NOSSOS PARCEIROS

PATROCINADORES

APOIADORES

© 2024 Universidades Empreendedoras. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por CriaTec